A entrevista dessa
semana é com um ex-professor de inglês que se tornou professor de hebraico e
vive fora do Brasil. Sílvio Branco nos
cedeu essa entrevista no dia 21 de maio de 2013. É uma entrevista bem curtinha,
mas legal. O mesmo não cedeu nenhuma foto, mas ilustraremos na página com essa imagem,
que a credito eu, melhor representa essa postagem.
1. Quando você começou a lecionar inglês?
Comecei a lecionar inglês bem cedo em 1987, aos 17 anos, dando aulas particulares. Aos 19, fui convidado a lecionar em uma escola de inglês onde posteriormente me tornei um dos donos.
2. Conte-nos um pouco da sua experiência como professor.
Já
lecionei todos os grupos e níveis, inclusive em cursos de preparação para as
provas da Cambridge. Mas a minha paixão sempre foi lecionar crianças - tudo é
muito mágico, inclusive a metodologia.
Em Israel, o "bulk" da minha experiência foi preparar alunos para entrarem na universidade, preparando-os para os exames de inglês, aqui chamados de "Bagrut". Estes exames são bem parecidos com os da Cambridge (também nos níveis) onde os alunos são testados nas 4 habilidades: Reading, Speaking, Listening e Writing.
3. Como é a vida fora do lugar onde nasceu e quais as mudanças mais significativas na vida de alguém que decide viver em outro país completamente diferente do seu?
Bem, já estou aqui há 16 anos. Passei a grande parte de minha vida adulta aqui em Israel. No meu caso, a mudança mais significativa foi o idioma hebraico, que é muito diferente das línguas românticas.
No mais, o povo israelense é bem parecido com o brasileiro (claro que o "calor" humano brasileiro é incomparável :-) - são hospitaleiros, alegres e sabem curtir a vida.
4. Quando começou o interesse pelo hebraico (Língua)?
Eu comecei a estudar hebraico um ano antes de vir para Israel. Infelizmente devido a dificuldade de encontrar um curso ou professor, só sabia o básico do básico. Chegando aqui comecei o "ulpan" (escola de hebraico), o que me deu a possibilidade de me comunicar no idioma. Porém, devido ao fato de a grande maioria dos israelenses falarem bem inglês, por vários anos "caí na preguiça" de realmente falar o hebraico de forma fluente. Também por lecionar inglês, não tinha tanta oportunidade de praticar, a não ser, claro, em "small talks".
Meu hebraico começou a melhorar e muito, principalmente na escrita, quando comecei universidade, fazendo mestrado em "Special Education".
5. Existem muitas diferenças significativas entre essa língua e a língua inglesa, por exemplo?
Sim, as diferenças são significativas entre os dois idiomas. Por exemplo, assim como no português, no hebraico existe as diferenças marcantes entre o feminino e masculino; me refiro no adjetivos, substantivos, etc. O hebraico, porém, vai um passo além nesta diferenciação onde até mesmo a conjugação verbal é diferente entre o masculino e feminino. Todos os números em hebraico também são diferentes para os dois gêneros.
6. Pensa em voltar a viver no Brasil?
Sim, penso em voltar, se não definitivamente, pelo menos para passar alguns anos na "terrinha". Estando aqui, morro de saudades daí - mas sei que estar aí também sentiria muita saudades daqui..rsrsrs...acredito que é uma situação inevitável.
7. Conte-nos alguma situação inusitada vivida dentro da sala de aula.
São tantas em tantos anos... Mas acredito que uma das mais engraçadas foi na minha primeira turma aqui em Israel. Comecei em uma escola primária, escola religiosa. Na época e não falava ou entendia quase nada em hebraico. Um dos alunos me pediu para sair da sala. Eu confundi a palavra em hebraico para "ir ao banheiro" com "rezar". O deixei ir (afinal de contas, pensei, é uma escola religiosa). Depois veio o segundo aluno pedindo a mesma coisa, depois o terceiro, até que resolvi falar não, chega. Depois de várias "súplicas" de um aluno, entendi (por gestos que ele fazia) que o que ele queria é fazer xixi... bem, naquele dia aprendi uma palavra nova em hebraico.
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